Imagine a complexidade de gerenciar resíduos em uma Instituição como a DPRJ. São computadores e periféricos, mobiliários, equipamentos diversos, além dos gerados nas obras, manutenção predial, bem como os comuns que servidore(a)s e assistido(a)s descartam diariamente nas unidades de atuação. Quantos setores e colaboradores envolvidos nessa gestão? Qual seria a forma adequada de destinar cada qual conforme classificação e periculosidade? Essa reflexão abrange decisões de consumo e também o planejamento das grandes contratações, pois tudo gera custos e impactos ao meio ambiente. Alinhada com o compromisso de evitar desperdício e contribuir com um planeta mais sustentável, a Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro lançou, na última terça-feira (dia 2), o seu Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS), no auditório da sede (avenida Marechal Câmara, 314, Centro).
Foram meses de reuniões, levantamentos, visitas técnicas e sistematização de dados para a estruturação do PGRS. Tanto trabalho se justifica pela nobreza (e urgência) desta causa: o PGRS reafirma o compromisso da DPRJ para reduzir os impactos ambientais negativos de suas atividades, além de assegurar o cumprimento da Política Nacional de Resíduos Sólidos.
De acordo com a coordenadora de Sustentabilidade Ambiental da DPRJ, Camila Valls, a partir de agora a Defensoria conta com um documento institucional que identifica os resíduos gerados conforme sua classificação, bem como os setores responsáveis, procedimentos internos e encaminhamentos adequados à destinação e ao descarte, além de compilar as legislações pertinentes.
A segunda etapa será a implementação deste PGRS com a definição de prioridades e metas de melhorias. Uma das metas é a elaboração de um manual de descarte institucional para que servidores(as) possam consultar a forma adequada de encaminhar itens sem uso ou quebrados (móveis, equipamentos, papéis, resíduos de obras e manutenção etc), em cada unidade de atuação, com especificação da forma, dos prazos e do setor responsável.
A ideia é otimizar o uso dos espaços, com a eliminação do passivo acumulado nas unidades de atuação, proporcionando maior qualidade de vida no ambiente de trabalho, e incentivando o reaproveitamento de itens subutilizados. Outro desafio envolve o gerenciamento dos resíduos de maior impacto, como os das atividades de logística, obras e manutenção predial.
Coordenado pelo professor Fernando Altino, do Centro de Estudos de Meio Ambiente Industrial da UERJ, com apoio da Coordenação de Sustentabilidade Ambiental da DPRJ, o PGRS contou com a participação de setores estratégicos na geração e gestão de resíduos da Defensoria, tais como Secretaria da Tecnologia da Informação e Comunicação, Secretaria de Logística, Secretaria de Engenharia e Coordenação de Fiscalização de Contratos.
O lançamento do PGRS coloca a DPRJ lado a lado do Tribunal de Justiça e do Ministério Público do Estado, que desde 2014 e 2018, respectivamente, lançaram seus Planos, também em parceria com a UERJ.
Os estudos para construção do documento tomaram por base um mapeamento feito na sede administrativa da DPRJ, no anexo do Edifício Athenas e no depósito localizado no bairro do Rocha, zona norte do Rio. O plano será atualizado a cada dois anos, com foco também no monitoramento do impacto relacionado a futuras compras e contratações.
“Se nos preocuparmos com os resíduos antes mesmo de comprar ou contratar, será mais fácil o planejamento prévio do seu gerenciamento e a consequente redução do impacto ambiental negativo. Outro aspecto importante é que daremos prioridade a cooperativas de catadoras(es) de materiais recicláveis e reutilizáveis no processo”, conclui Valls, acrescentando que novo termo de compromisso será firmado junto à UERJ para apoio técnico na fase de implementação.
Texto: Julia Duque Estrada